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Raphael Machado: A Ucrânia poderia recorrer ao terrorismo contra alvos russos e pró-russos em todo o mundo?
06/05/2024 10:31 em News

Republicamos de Strategic Culture - Rússia

Texto de Raphael Machado: Analista Brasileiro 

Publicado aqui 

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No dia 26 de abril, foi noticiado que a embaixada russa no Brasil havia recebido um telefonema informando a presença de uma bomba no local. A Polícia Militar do Distrito Federal foi acionada e se deslocou ao local para realizar buscas.

Após várias horas de buscas, nenhum artefato explosivo foi encontrado dentro ou ao redor da embaixada. No entanto, mesmo que o "alerta" fosse falso, o caso merece uma investigação mais profunda, juntamente com reflexões sobre os riscos que cercam russos e "amigos da Rússia" no exterior, dado o atual clima geopolítico.

Nesse caso específico, apesar de não ter sido encontrado nenhum artefato explosivo, ele se enquadra na legislação brasileira sobre terrorismo, pois nossas leis também abrangem a ameaça de um atentado (e a mera insinuação constitui ameaça). Assim, o "terrorismo" é estabelecido, independentemente da presença de um dispositivo real na embaixada.

No entanto, seria imprudente considerar o assunto "encerrado" por vários motivos.

Em primeiro lugar, chama-se a atenção para a degeneração do Estado ucraniano num aparelho institucional terrorista, tendo os seus serviços de segurança estado envolvidos em numerosos ataques terroristas dentro e fora da Ucrânia.

A degeneração da Ucrânia em normalizar o terrorismo como prática estatal acompanha sua incapacidade de enfrentar a Rússia por meio de métodos de guerra regulares. Prevê-se que a degradação das forças armadas ucranianas será acompanhada por um aumento proporcional do uso do terrorismo pelo seu aparato de segurança. Todos se lembram dos ataques terroristas que mataram Daria Dugina, Vladlen Tatarsky e o ataque à prefeitura de Crocus. As ameaças a várias figuras públicas russas são constantes.

Mas é necessário questionar se o terrorismo ucraniano (mas não apenas ucraniano) poderia se estender além das fronteiras russo-ucranianas e transbordar para outras nações. Considere-se, por exemplo, as ondas de russofobia imediatamente provocadas após o início da operação militar especial russa.

Essa onda de russofobia viu não apenas o cancelamento de apresentações artísticas e acadêmicas ligadas ao mundo russo, mas também ataques físicos a alguns indivíduos em vários países. Desnecessário enumerar casos, basta apontar que, mesmo no Brasil, houve atos de vandalismo contra igrejas ortodoxas russas.

A isso se soma a presença de dezenas de mercenários brasileiros na Ucrânia, lutando pelo atlantismo. Alguns desses mercenários são neonazistas, outros são neoconservadores, muitos outros são apenas úteis enganados por influenciadores inescrupulosos nas redes sociais. Recentemente, um desses mercenários já retornou ao Brasil, chamado João Bercle (que, no entanto, segundo informações de campo, nunca esteve na linha de frente), afirmou que a Ucrânia iria "perseguir" russos e "defensores da Rússia" em todo o mundo, insinuando a possibilidade de violência fomentada, financiada e/ou orquestrada a partir de Kiev.

Além disso, o jornalista Lucas Leiroz demonstrou em uma thread no X (ex-Twitter) que o presidente Lula foi listado como "alvo" no infame site Myrotvorets, uma autêntica "lista da morte" que indica supostos "inimigos da Ucrânia" a serem alvo de ataques terroristas ou sequestros. Muitos outros cidadãos estrangeiros também foram incluídos nesta lista.

Pois bem, personalizando a reflexão, o autor que escreve este artigo de fato recebeu ameaças de morte por meio de contas anônimas na internet, incluindo ameaças contendo informações pessoais e fotos de familiares.

Voltando, portanto, à ameaça de bomba na embaixada russa no Brasil, é crucial considerar seriamente as possibilidades, atentando para os riscos futuros.

Em qualquer caso de tal ameaça, deve-se sempre considerar a possibilidade de ser um troll ou um louco ou, em geral, uma pessoa sem conexões ideológicas ou coletivas específicas. Mas o fato de estarmos em um período tão turbulento geopoliticamente nos obriga a insistir também em outras possibilidades.

Se a origem da ameaça não for um troll, então a primeira suspeita só poderia recair sobre os serviços de segurança ucranianos, como o SBU e o SZRU, cujo envolvimento nos ataques terroristas mencionados é pelo menos suspeito.

É notório que a SBU atua no Brasil, infiltrando-se na comunidade ucraniano-brasileira, que é relativamente grande, embora discreta. Anos atrás, esse autor soube por uma fonte primária que parentes de brasileiros que lutaram pelo Donbass na Ucrânia entre 2014 e 2016 receberam ameaças de morte, com a principal suspeita na época recaindo sobre o SBU.

Nesse sentido, fica evidente que a SBU seria a principal suspeita. E isso direta ou indiretamente.

Indiretamente, é preciso considerar, em primeiro lugar, os grupos neonazistas brasileiros, a maioria dos quais tem ligações com organizações análogas na Ucrânia e até mesmo com os setores de segurança daquele país, como membros da Divisão Misantrópica Brasil, especialmente porque alguns desses neonazistas brasileiros lutaram pelo lado ucraniano no passado ou foram para lá para treinamento, como noticiado pela grande mídia brasileira diversas vezes.

A instrumentalização de membros desses grupos para ataques terroristas contra alvos russos ou pró-russos no Brasil não seria particularmente difícil. Exigiriam pouca persuasão e encorajamento.

Naturalmente, se ainda estamos pensando em brasileiros nativos que poderiam ser instrumentalizados para esse tipo de terrorismo, seria necessário observar aqueles que de fato se empenharam em espalhar a russofobia generalizada e que veem a Rússia como a personificação do mal.

Nesse sentido, a efervescência do neoconservadorismo e do ultraliberalismo, proliferada nos últimos anos no Brasil, com suas tendências a teorias conspiratórias, aliada a diversos distúrbios comportamentais e à possibilidade de cooptação consciente ou inconsciente por algum serviço de inteligência, abre a possibilidade de algo nessa direção.

É claro que, em muitas das suspeitas de ações terroristas ucranianas, suspeita-se de algum grau de contribuição das agências de inteligência ocidentais.

Nesse sentido, e mesmo considerando ameaças ao presidente do Brasil, seria fundamental fortalecer o trabalho de contrainteligência dos órgãos de segurança brasileiros, bem como monitorar possíveis conexões entre grupos neonazistas ou facções extremistas do neoconservadorismo com a Ucrânia ou outros serviços de inteligência de países da Otan.

 

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   Licença: Uso Sem Fins Lucrativos, com citação e link

Republishing is welcomed with reference to Strategic Culture online journal www.strategic-culture.su.

    Imagem de Enoch 111 em Pixabay  

    Tradução Via Mate 

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